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IPCA volta a subir em setembro. E onde vai parar a Selic?

Data:
9/10/2024
Autor:
Nathália Larghi
Fonte:
Valor Investe
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), classificado como a "inflação oficial" por ser considerado pelo Banco Central para calibrar a Selic, subiu 0,44% em setembro, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (09). O indicador mostrou, portanto, uma aceleração, tendo em vista que em agosto ele registrou uma deflação (ainda que leve) de 0,02%.

O resultado veio levemente abaixo das projeções do mercado. A mediana das 39 projeções coletadas pelo Valor Data, aponavam que o IPCA de setembro avançaria 0,45%. As estimativas variavam entre alta de 0,24% e de 0,55%.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%, acima dos 4,24% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Como o resultado impacta a Selic e seus investimentos?

Primeiro de tudo, é preciso entender que além da inflação impactar o bolso das pessoas no dia a dia, ela também mexe com a vida dos investidores. Quando há uma alta dos preços, o instrumento usado pelo Banco Central pra conter esse avanço é a Selic. Portanto, a autoridade monetária pode aumentar os juros para encarecer o crédito às pessoas e empresas e, dessa forma, conter o consumo e frear a inflação.

O mesmo acontece no cenário oposto. Se a alta dos preços está sob controle, a autoridade monetária pode cortar os juros (ou seja, "baratear o dinheiro") para incentivar que as pessoas e empresas voltem a gastar sem que isso comprometa o bolso delas, já que a alta dos preços está sob controle. Portanto, é um estímulo para a economia aquecer.

Atualmente, o Banco Central voltou a aumentar a Selic. E a razão para a mudança foi justamente a preocupação com a inflação.

A ata da última reunião do Copom deixou clara essa preocupação, mas manteve o futuro "em aberto". No documento, o BC destacou que todos os membros do comitê concordaram em iniciar gradualmente o ciclo de aperto monetário, tendo em vista que “o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador”.

Sobre o futuro, a autoridade monetária disse que “o comitê debateu o ritmo e a magnitude do ajuste da taxa de juros, bem como sua comunicação” e que “preferiu comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo” e “sem conferir indicação futura de seus próximos passos”.

O discurso do futuro presidente do Banco Central também mostra cautela em relação ao que vem por aí. Aprovado ontem (8) na sabatina do Senado para assumir a presidência da autarquia no fim do ano, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo reforçou a preocupação com a inflação e o compromisso da autoridade monetária com a meta.

Segundo o diretor, "a gente deve assistir a um processo de desinflação mais lento e mais custoso", ao comentar o cenário econômico do Brasil. Nesse sentido, Galípolo afirmou que o BC deve "ser mais conservador para garantir que a taxa de juros esteja em patamar necessário para atingir a meta que foi definida".
O objetivo perseguido pelo Banco Central para o IPCA é de 3% para 2024 e 2025, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, o limite tolerado é de 4,5% ao ano. Como o IPCA acumula alta de 4,42% em 12 meses, o indicador ainda está dentro do que é considerado tolerável, mas perto do teto.

Portanto, os dados daqui em diante ganharm ainda mais importância para tentar prever os próximos passos do Banco Central.

O que subiu e o que barateou?

Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois tiveram maior influência nos resultados de setembro. O grupo Habitação subiu 1,80% e Alimentação e bebidas teve alta de 0,50%. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,31% de Despesas pessoais e o avanço de 0,46% de Saúde e Cuidados Pessoais.

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