É o quarto ano consecutivo em que o brasileiro tirou mais dinheiro da poupança do que depositou
A caderneta de poupança perdeu mais de R$ 15,5 bilhões no ano de 2024, informou o Banco Central do Brasil nesta quarta-feira (8). A retirada líquida (quando os saques são superiores aos depósitos) foi maior em oito dos 12 meses do ano passado.
É o quarto ano consecutivo em que o brasileiro tirou mais dinheiro da poupança do que depositou. No ano de 2023, o saldo negativo foi de quase R$ 88 bilhões. Em 2022, o saldo negativo foi ainda maior, em R$ 103 bilhões. Em 2021, o valor da perda foi R$ 35 bilhões.
O resultado do ano passado registrou depósitos de R$ 4,197 trilhões e saques de R$ 4,212 trilhões da poupança. Os brasileiros receberam em rendimentos outros R$ 64, 3 bilhões. No fim de dezembro do ano passado, continuaram nas cadernetas R$ 1,031 trilhão.
Vale lembrar que o rendimento da poupança está atrelado à taxa básica de juros da economia, a Selic. No entanto, o rendimento da poupança depende de duas variáveis: a taxa Selic e o tempo de aplicação.
O resultado no terreno negativo reforça um cenário em que o investidor brasileiro migra para outros produtos da renda fixa. Enquanto a rentabilidade da poupança fica "travada", independentemente do cenário para os juros, os títulos do Tesouro, por exemplo, alcançaram patamares de rentabilidade recordes no ano passado, especialmente nos últimos meses, porque acompanham a piora das previsões para a Selic e a para a inflação.