No dia 1º de fevereiro de 2021 foi dado o pontapé inicial para o Open Banking. Em uma tradução livre para o português, o termo significa “banco aberto” ou “sistema financeiro aberto”. Mas, o que isso quer dizer na prática?
Explicamos tudinho para você neste artigo. Boa leitura!
Segundo o Banco Central do Brasil (BC), Open Banking “é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente”.
Explicando melhor, com o Open Banking nós, como clientes de instituições financeiras, poderemos autorizar se queremos compartilhar nossos dados bancários com outras instituições.
Um ponto importante esclarecido pelo BC é que a permissão de acesso de dados tem validade de 12 meses, mas pode ser cancelada sempre que o(a) cliente da instituição financeira desejar. Passado o período de 1 ano, a pessoa precisa dar seu consentimento novamente, nos aplicativos oficiais das instituições bancárias nas quais possui conta, se assim desejar.
Via de regra, instituições financeiras classificadas como S1 (que possuem porte igual ou superior a 10% do PIB ou que tenham atividade internacional relevante) e S2 (de porte entre 1% e 10% do PIB) são obrigadas a participar do Open Banking. Dentre elas estão Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Santander, BNDES, Citibank, entre outras.
Demais instituições têm adesão voluntária.
O Banco Central explica que definiu normas rígidas às instituições financeiras participantes do Open Banking. Caso descumpram a norma, poderão sofrer punições.
Além disso, o compartilhamento de dados é criptografado e a troca de informações está protegida pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGDP) e pela Lei do Sigilo Bancário.
O Open Banking parte do princípio de que os dados bancários de consumidores(as) não pertencem às instituições financeiras em que têm conta, uma vez que cada um(a) de nós é responsável pelas próprias informações compartilhadas.
Para entender, vamos a um exemplo:
Uma pessoa precisa fazer um empréstimo. Ela é correntista no banco A, mas as taxas de juros estão muito altas. Em uma rápida pesquisa, ela vê opções mais atrativas no banco B.
Antes do Open Banking, essa pessoa provavelmente ficaria refém das altas taxas do banco A. Isso porque, para solicitar um empréstimo no banco B ela teria que abrir uma conta e passar por um processo burocrático e demorado.
Com o Open Banking esse cenário deixa de existir, uma vez que é o(a) cliente que decide com quais instituições deseja compartilhar suas informações.
Portanto, além da redução dos processos burocráticos e do ganho da liberdade de escolha de produtos e serviços financeiros, o Open Banking aumenta a competitividade entre as instituições financeiras. Assim, nós, como consumidores(as), teremos mais opções atrativas de produtos e serviços.
Todo o calendário de implementação do Open Banking está disponível no site do Banco Central. A seguir, compartilhamos um resumo:
Caso você queira mais detalhes sobre cada etapa, recomendamos a página do BC.
E aí, gostou de saber mais sobre o Open Banking? Para manter-se atualizado(a) em tudo que envolve a sua saúde financeira e a de sua família, confira outros conteúdos preparados para você no Investir Bem.
Já reparou como a vida é cheia de “e se”? E se sua casa estiver com um problema elétrico e você precisar trocar toda a fiação? E se você, distraidamente, bater o carro e não tiver seguro?
Não desejamos nenhum desses “e se” a você, mas o fato é que todos(as) nós estamos sujeitos aos diversos imprevistos da vida. Um exemplo que serve para nos lembrar disso é a pandemia.
Fomos praticamente todos(as) pegos de surpresa e, assim, sentimos o vírus afetar também nossas contas bancárias. Podemos dizer que só não foi tão atingido no bolso quem tinha uma reserva de dinheiro para atravessar o período inicial.
A essa reserva damos também o nome de reserva de emergência, pois ela existe para ser utilizada para cobrir imprevistos. Se você ainda não tem uma reserva de emergência, então, preste atenção neste artigo, pois iremos lhe mostrar como montar uma. Vamos lá!
A reserva nada mais é do que uma quantia que está reservada e investida para ser utilizada em situações de emergência, como a perda da renda familiar, problemas na moradia e outras.
Ela serve para dar a você uma certa segurança financeira para solucionar seu problema. Por isso, deve ser usada somente em caso de emergência e em situações sérias.
Em outras palavras, a reserva não deve ser utilizada para comprar um par de tênis novo para o filho, trocar de celular ou pagar uma dívida. Isso significa que o ideal é esquecer que ela existe. Caso um imprevisto ocorra e a família precise do dinheiro, aí sim o valor necessário poderá ser utilizado.
O primeiro passo para criar a reserva é ter um orçamento financeiro, que servirá como uma ferramenta com a qual você administrará seus ganhos e gastos. Se você não tem o orçamento da sua família, ensinamos aqui as etapas para criá-lo.
O segundo passo é verificar o endividamento. Como mostraremos, a reserva será montada com um dinheiro retirado do seu orçamento ou um extra. Então, não faz muito sentido guardar uma quantia para a reserva se você possui dívidas, certo?
Ao verificar o seu orçamento, você conseguirá visualizar se está ou não endividado. Caso esteja, confira nossas dicas para sair das dívidas.
Após o orçamento montado e as dívidas zeradas, é hora de colocar a mão na massa e definir suas ações para montar a sua reserva de emergência.
Separamos 3 passos para ajudar você a ter sua reserva e estar preparado para os imprevistos.
Para definir quanto de dinheiro será destinado para a reserva de emergência, saiba qual é a relação entre receita (o que entra na sua conta) e despesa (o que sai). O ideal é fazer um controle detalhado por dois ou três meses.
E como o controle deve ser feito? Lembra que comentamos sobre o orçamento financeiro? É nele que você se baseará e justamente por isso é importante montar o orçamento antes de começar a construir a reserva.
Todos(as) nós temos dois tipos de gastos:
• Essenciais: que são aqueles dos quais precisamos para viver, como alimentação, moradia, contas de luz, água, gás e internet, e outros.
• Supérfluos: que podem ser eliminados do orçamento.
A noção de supérfluo pode mudar de família para família. Por exemplo, a academia pode ser essencial para alguém, enquanto outra pessoa pode enxergar o gasto como algo que pode ser cortado para um bem maior.
O ideal é reunir a família na hora de fazer a seleção de supérfluo versus prioritário, pois montar a reserva de emergência será um esforço conjunto. O próprio orçamento ajudará a ter uma noção melhor, mas é sempre importante envolver todos(as) na discussão.
Para o que for supérfluo, verifique quais gastos precisam ser eliminados ou reduzidos. Em seguida, verifique os gastos prioritários. Uma dica é colocá-los na ordem do mais importante para o menos importante. Assim você também terá uma noção melhor de quais gastos podem ser reduzidos.
Agora que os gastos não essenciais foram eliminados ou reduzidos, você consegue ver a quantia que sobra após todas as contas terem sido pagas. Então, é hora de definir um valor que será poupado, o qual pode ser um fixo mensal ou um percentual da renda familiar.
Para definir o valor a ser guardado na reserva financeira você deve multiplicar o valor total dos seus gastos pelo número de meses que a reserva deverá cobrir.
Você pode também definir, como exemplo, que por dois anos guardará mensalmente 10% do seu salário. Seja qual for a sua meta, é importante estabelecer o montante total que deseja para sua reserva e o tempo para fazê-lo.
Destacamos que os educadores financeiros falam que o ideal é ter guardado uma quantia para cobrir as despesas da família por 6 meses. Como isso é algo que pode ser mais difícil no começo, crie uma meta que possa ser atingida.
Todo mês, coloque a quantia a ser guardada para a reserva em um investimento, para que ele possa render. Como se trata de um dinheiro que somente será usado em casos de emergência, ele precisa estar facilmente disponível.
O recomendado é escolher um investimento de renda fixa com liquidez diária, como títulos do Tesouro, CDBs etc. Outra opção são os fundos em renda fixa com alta liquidez, que podem ser utilizados para a reserva. Lembramos que poupança não é investimento!
Se você quiser saber mais sobre as opções, confira os tipos de investimentos disponíveis.
O ato de investir o dinheiro todo mês para a reserva ajudará na criação de um hábito. E é esse hábito de fazer o dinheiro render que poderá dar a você e sua família uma tranquilidade financeira no futuro.
Pensando nisso, após criar sua reserva financeira você pode começar a guardar dinheiro para outros objetivos. Essa será a hora de, quem sabe, partir para outros investimentos que possam ser mais vantajosos para suas novas metas.
E aí, preparado(a) para montar sua reserva de emergência? Para dicas de como melhor lidar com seu dinheiro, não esqueça de acompanhar o conteúdo que disponibilizamos aqui no Investir Bem. Até a próxima!
Pais e mães sempre se preocupam com o futuro de seus(suas) filhos(as). Por isso, economizar para uma criança hoje é um grande presente que, como pais e mães, podemos dar ao futuro dela.
Além de ajudar nossos(as) filhos(as) a começarem a vida adulta com algumas economias, envolvê-los(as) na construção de uma reserva financeira é uma ótima oportunidade de ensiná-los(as) educação financeira.
A seguir, compartilhamos algumas informações importantes a você que deseja construir uma reserva financeira para seus(suas) filhos(as).
Em um mundo ideal, o melhor seria iniciar a reserva financeira ainda na gravidez. No entanto, sabemos que isso nem sempre é possível, pois tudo dependerá da situação financeira da família. Por exemplo, se uma família está endividada, precisará, em primeiro lugar, sair da inadimplência.
Agora, se a situação financeira é mais confortável e a família tem um padrão de vida que cabe no bolso, o momento ideal de poupar é o mais cedo possível.
A quantia de dinheiro destinada para a reserva financeira das crianças, ou até para a reserva de emergência da família, dependerá de como está o orçamento doméstico. Via de regra, muito mais importante do quanto você e seu(sua) parceiro(a) ganham, é saber o quanto vocês gastam.
De nada adianta um casal ganhar muito bem e se manter endividado. O ideal é sempre verificar o quanto sobra do orçamento e definir uma porcentagem mensal a ser destinada para a reserva financeira.
Para isso, será necessário construir o orçamento doméstico. Se você e sua família já possuem um, ótimo. Do contrário, destine um tempo para montá-lo. Ensinamos aqui como fazer isso.
Com o orçamento criado, ficará mais fácil definir a quantia que será destinada para a reserva financeira das crianças. Lembramos que não importa se a economia será de 0,5%, 1%, 5% ou 20% do salário. O importante mesmo é começar!
Uma vez que você tem ideia do valor que poderá guardar por mês sem comprometer as finanças, é hora de decidir onde o dinheiro será aplicado.
Normalmente, a reserva financeira para as crianças é algo para médio e longo prazo. Nesse caso, você pode procurar por ativos de menor liquidez e mais rentabilidade, como CDBs, LCIs e LCAs de médio e longo prazo e opções em fundos de investimento, Fundos DI, dentre outros.
A escolha dependerá do valor inicial a ser investido, bem como da quantia mensal que a família pretende reservar. Além disso, depende também do perfil do investidor. Para ajudar na escolha, sugerimos dois conteúdos:
É ótimo montar uma reserva financeira para os(as) filhos(as). Mas para que tudo fique ainda melhor, é importante também ensiná-los(as) sobre finanças. Lembre-se de que conversar com crianças e adolescentes sobre dinheiro ajudará a moldar o comportamento deles em relação aos gastos futuros.
Além disso, quanto mais eles(as) souberem que, usado do jeito certo, o dinheiro proporciona todas as coisas boas da vida, mais bem preparados(as) estarão para enfrentar os muitos desafios financeiros que surgirão.
Temos um conteúdo bem bacana sobre educação financeira para crianças que poderá lhe ajudar nessa missão. E para mais dicas, continue ligado(a) aqui no Investir Bem.